morgana

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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Lua Negra

Nas noites mais escuras em que a lua se apresenta em sua escuridão
devemos apressar a nossa morte e assim, saber qual  segredo semear...

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Reconhecendo os demônios contemporâneos

O quanto de mim, se perde
em produtos de compra
nas suas ideias estáveis de efetivação

fantasmas feéricos de
                       d i s s i m u la ç ã o

na minha corrida diária pela
conclusão estética e
vazia
mas de seu porvir sedutor


É a segunda lua cheia em casa, na casa azul dos fundos, e o tempo natural deve me ser a resposta

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Lua em Leão



Dia seguinte à Manifestação pelo Passe Livre na cidade de São Paulo:

que os grandes, pequenos em seu espírito, sejam reconduzidos ao se lugar de direito”




quinta-feira, 9 de maio de 2013

M.S.: Por que há tantos avisos sobre rituais que envolvam atravessar o Abismo do Conhecimento, ou mesmo meditações sobre Daath? Em trabalho planetário, não podemos trabalhar sobre Saturno, a menos que o tragamos para baixo, para Daath, ou o atravessemos a um qualquer nível.

DAN: Vou-lhe dizer alguma coisa sobre isso. Todo este bruááá sobre o Abismo. A Humanidade tem construído pontes por cima de grandes vazios desde tempos tão remotos como quando começou a juntar dois tijolos. Se não consegues atravessar o Abismo na tua imaginação, então sai do jogo. É um dos mitos maiores e é aí que há uma barreira psicológica e, se tiveres qualquer coisa dentro de ti, vais passar por cima disso sem nenhum problema. Seja da forma como o fez o Indiana Jones, ou o Spielberg. No Santo Graal, quando se vê o Indiana Jones tentando ganhar coragem para por o pé de fora e eu pensei, se essa não é a arte de entrar em Kether, então nada é. (O Abismo) é para proteger aqueles que não têm a coragem. Não é para denegrir. Há algumas pessoas que dizem, "Não consigo fazer isto, mas vou tentar". Há em algumas pessoas um tal desejo de conhecimento, um tal desejo de compreender que vão até um estado de não-ser para o procurar. De facto, ficas em tal remoinho até esse ponto, onde o ponto és tu e és também tudo fora do ponto. Isso acarreta um enorme sofrimento, porque és tudo e não és nada. Queres voltar e, no entanto, não queres sair dali e entras num estado de aceitação total. Desistes de ti mesmo. Então passas para Hockmah.

(entrevista com Dolores Ashcroft-Nowicki)

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Isis



Os gregos identificavam Ísis à deusa Deméter. A história da deusa egípcia em busca do marido desaparecido era comparada àquela da divindade grega, que procurava sua filha Core. Seu culto foi muito estimulado no período helenístico, através da política dos Ptolomues, que proporcionaram um hibridismo entre a religião egípicia e a grega. A partir daí, teve enorme difusão na bacia do Mediterrâneo. Todavia encontrou certa hostilidade em Roma, devido a sua popularidade entre as camadas populares. O Senado Republicano ordenou várias vezes a derrubada de altares da deusa e outras divindades. Augusto proibiu a celebração dos rituais de Ísis no interior do pomoerium. Tibério ordenou a demolição do santuário da deusa e que sua estátua fosse lançada no Tibre. O Estado romano temia o caráter secreto das cerimônias e possíveis reivindicações das massas populares que a religião pudesse ocultar.

O culto encaminhou-se num sentido henoteísta 3, onde Ísis torna-se panthea, divindade única de muitos nomes. Assumia outras identidades, como Higéia, a saúde divinizada.

Junto a possibilidade de continuar a vida no além, o culto apresentava outros aspectos, que tornaram sua figura mais complexa e rica simbolicamente. Transfigurou-se em uma divindade cósmica, distribuidora de todos os bens, doce e maternal, que protege e salva.

Ísis representa o poder fertilizador na terra e na lua. Segundo o professor Walter Burkert“(...) creditam-se à Ísis poderes sobre o próprio destino, fatum: ela tem autoridade para deter a morte iminente e conceder uma nova vida, novae salutis curricula. Esse preciosíssimo dom de Ísis, o dom da vida é descrito tanto nas fontes egípcias gregas quanto nas versões gregas do culto. Mas significa claramente a vida neste nosso mundo. Deve ser uma “nova vida”, visto que a velha vida se desgastou e está a ponto de se romper; mas não é uma vida de uma outra ordem, sendo antes uma reposição para manter as coisas em andamento.” 2


Ísis, século II d.C , Coleção Farnese, Nápoles, Museo Archeologico Nazionalemármore, com restaurações do século XVIII,  na cabeça, braços e pés.

Hino a Ísis:
"Santa! Tu que, sem te cansares, velas pela salvação do gênero humano, sempre pródiga para com os mortais de cuidados que os reanimam, tu dispensas ao infeliz doce ternura de mãe. Não deixes passar um dia, uma noite, um instante sequer, sem prodigalizar teus benefícios, sem proteger os homens em terra e mar, sem afastar para bem longe as tormentas da vida, sem estender-lhes a mão protetora que desfaz as malhas mais complicadas da fatalidade, mão que acalma as tempestades da fortuna e domina o curso funesto dos astros. Os deuses do Céu te rendem homenagem, respeitam-te os deuses do inferno! Tu moves o mundo sobre seu eixo, acendes o fogo do Sol, governas o universo e calcas com teu pé o Tártaro. Os astros são dóceis à tua voz, as estações retornam à tua vontade, os deuses se alegram à tua vista, os elementos encontram-se às tuas ordens. Fazes um gesto, e as brisas se animam, incham-se as nuvens, germinam as sementes, multiplicam-se os feixes de trigo. Tua  majestade enche de santo pavor os pássaros que cortam o céu, os animais que erram pelas montanhas, as serpentes que se ocultam sob a terra, os monstros que nadam no mar. Porém, para pronunciar teus louvores, pobre demais é meu espírito. Para te oferecer sacrifícios, escassas demais as minhas posses. A voz me faltaria ao querer expressar os sentimentos que tua grandeza me inspira. Mil bocas não bastariam, nem mil línguas, nem mesmo se falassem sem esmorecimento, por toda a eternidade! Mas pelo menos terei o cuidado de fazer tudo aquilo de que é capaz, em sua pobreza, um fiel piedoso: teus traços divinos, tua pessoa sagrada, eu os guardarei para sempre fechados em meu coração, e em espírito os contemplarei."

Notas:


1. O hino ficou muito popularizado quando o escritor Paulo Coelho citou-o em seu livro "Onze minutos". Trata-se de um texto da Biblioteca de Nag Hammadi,provavelmente escrito entre os séculos II IV d.C; mais precisamente do Códice VI,2 denominado Bronté (Trovão ou Espírito Perfeito). Constitui um monólogo onde Bronté, uma personagem feminina, expõe em primeira pessoa maravilhas nela reveladas. Remete à Sabedoria hipostasiada do Antigo Testamento e as aretalogias de Ísis. Daí o nome "Hino a Ísis", embora seja uma correlação incerta, no estado atual dos conhecimentos. 
2. BURKERT,Walter Antigos cultos de misterio. Tradução de Denise Bottman. São Paulo: Edusp, 1992, p. 30.
3. Isto é, a crença em um deus único, mesmo aceitando a existência possível de outros deuses. Pode designar também a uma personificação (entre outras) do Deus supremo,ou ainda atribuir a esse Deus o poder de assumir múltiplas personalidades.


Bibliografia:


BURKERT,Walter Antigos cultos de misterio. Tradução de Denise Bottman. São Paulo: Edusp, 1992
SCARPI, Paolo Politeísmos: as religiões do mundo antigo. Tradução: Camila Kintzel São Paulo: Hedra, 2004
VVAA. Textos Sacros. São Paulo: Abril Cultural, 1973, pp. 187-188


Fonte:http://labirintosdoser.blogspot.com.br/2011/12/hino-isis.html

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Chakra Laríngeo

À muito custo devo admitir que a auto disciplina de um adepto deve unicamente seguir no sentido da satisfação da verdadeira vontade, ou o que poderíamos denominar como essência. Caso contrário vivenciamos o desequilíbrio ou desarmonia, o que em planos mais densos resultam em descompassos principalmente à nível do chakra laríngeo.





Segue um texto melodioso e claro, como a manifestação íntegra deste chakra:



"É o centro da expressão e da comunicação, está associado aos sons, ritmos, cores e formas. Por relacionar a maneira de pensar e sentir, com os impulsos e reações, transmite para o exterior o conteúdo de todos os outros chakras: risos e lágrimas, amor e alegria, angústia e raiva. É aqui que a criatividade originária do chakra sagrado se funde com as energias dos outros chakras e se manifesta, pela palavra, gestos, música, artes plásticas, dança. Este chakra proporciona a auto-reflexão e o distanciamento interior. Separa a função do corpo mental da dos corpos emocional, etérico e físico. Assim, os pensamentos deixam de ser condicionados pelos sentimentos e por aquelas sensações físicas que atrapalham o conhecimento objetivo. Associado à função sensorial da audição, permite-nos ouvir a nossa própria voz interior. Ao contatarmos com o espírito que anima essa voz, desenvolvemos uma sólida confiança no nosso Guia Supremo. Tomamos ainda consciência da verdadeira razão pela qual estamos neste planeta. Portanto, neste 5º chakra encontramos a perfeita expressão individual sobre todos os planos.
As questões emocionais que influenciam o chakra da garganta envolvem o modo como optamos por exercer a nossa vontade pessoal. O uso correto da vontade é de fato a expressão da vontade pessoal temperada pela, sabedoria do coração. A força da nossa vontade pessoal é medida não pela dureza com que impomos a nossa vontade aos outros mas sim pela nossa eficácia em dominar a nossa força de vontade para podermos controlar e disciplinar a nós mesmos. Esta é talvez uma das principais lições do chakra da garganta. A autodisciplina é de fato o verdadeiro teste da vontade do indivíduo. O autocontrole consciente não é apenas a disciplina que nos leva a comer direito, praticar exercícios físicos regularmente ou adotar as regras estabelecidas pela sociedade. Esta é uma disciplina que se estende à mente, ao corpo e ao espírito. Um relacionamento inadequado entre os nossos comportamentos de busca de prazer, por exemplo, e o nosso impulso para nos aprimorar através da autodisciplina pode as vezes resultar num desequilíbrio de energia no chakra da garganta.
É considerado o centro da criatividade e verbalização de todas as nossas emoções, sentimentos e sensações. Nesse nível se dá a compreensão do Deus Impessoal, e por isto diz-se que é o centro do renascimento em termos espirituais, pois aqui se dá a liberação plena de nossa vontade à vontade Divina.
Quando este chakra está bem energizado a é voz melodiosa e afável, harmoniosa e bela. Exprime, sem medo, tanto a fraqueza como a força, os sentimentos, os pensamentos e as descobertas interiores. A sinceridade manifesta-se através de atitudes claras e criativas. Consegue ficar calado se julgar oportuno e sabe escutar os outros com o coração e a compreensão interior. A linguagem transmite as suas intenções eficazmente para que os desejos positivos sejam cumpridos. Através da voz interior, recebe informações úteis à condução segura da vida. Todas as suas expressões criativas têm o poder de transmitir sabedoria e verdade. A independência interior e a expressão livre de todo o ser irradiam uma alegria profunda e o sentimento de ser completo e íntegro. Quando decide algo, disponibiliza o máximo das suas capacidades. Esta disposição para manter os seus compromissos e para suportar-se na verdade e na honestidade é a sua característica mais forte. Fala tanto com a cabeça como com o coração. Quando se sente irritado expressa irritação; quando se sente aberto e gentil, não receia mostrar esses estados de espírito. É um ser aberto, verdadeiro e transparente."

sábado, 9 de fevereiro de 2013

EXALTAÇÃO DO VINHO

Sobre um colchão de tênues mirtos
ou de azulado lótus vago,
quero beber a longos tragos.
Eros, com um laço de papiro,
suspende à espádua o claro manto
e dá-me o vinho por que aspiro.
E como as velozes quadrigas
a vida corre no seu giro;
Fulgure alto o fogo da orgia
porque seremos poeira um dia.

- Jamil Almansur Haddad

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

.. águas estagnadas, sejam eles águas estagnadas de costume ou aqueles de despotismo porto, sem vida, a vida é dependente das ondulações criadas por alguns indivíduos excêntricos. Em homenagem a essa vida e vitalidade, a comunidade tem que enfrentar perigos certos e devem aprovar uma medida de heresia. É preciso viver perigosamente, se se quer viver em tudo. "
-Herbert Read

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Chuva de verão

A filosofia me trouxe a grande capacidade de dominar grandes áreas usualmente não visitadas do universo mental, enquanto voz potente ela é um diálogo tortuoso, caminho complicado, sempre nos requisitando revisitar nossos passos e mesmo assim, nos analisa dos pés à cabeça e nos diz: você pode estar errado.

Foi um verdadeiro processo aprender à distingui-la dos processos e trabalhos de cunho magístico e ocultista, uma vez um colega chegou e me perguntou: porquê você faz filosofia? Eu respondi, brincando, "oras, é o mais próximo que eu posso chegar de Hogwarts". E o foi, mas contudo já Aristóteles distingue a magia enquanto o conhecimento que pode ser aplicável, e nisto a magia fornece o poder.

Entre o nefilibata e o neófito existem passos importantes, e isso me lembra que, na filosofia, um dos temas, se não o tema principal, é a relação mente e corpo. Para Nietzsche não há esta distinção, e o pensar é mais um modo de existir, e faz parte de um modo de ser de nosso organismo, pois em tudo permeia a vontade de vida e a vontade de potência. Nietzsche foi um iconoclasta, e foi contra todo o legado racionalista da filosofia moderna, assim como desmantelou esta dualidade doentia instaurada na antiguidade pela figura de Sócrates.

Mas é esclarecedor pensar que o problema não está na dualidade em si, mas na distinção e na instauração de valor de um sobre a outro, e na já conhecida valorização da mente contra a desvalorização do corpo.

E foi em Nietzsche que me refugiei, todos estes anos, sua sombra intelectual foi meu escudo contra o racionalismo materialista que impera no departamento de filosofia, nos corredores e nas bocas dos colegas que anseiam ao conhecimento e reconhecimento acadêmico. Dionísio contra todos, e, Apolo forçando a disciplina nas noites em claro da mente focada e do espírito desperto.      
 Mas mesmo este diálogo, esta análise infindável corresponde à um isolamento desolador no plano mental somente, e poucas voltas ao corpo, ao veículo de nossa encarnação. Não é a toa que o departamento, este departamento francês no brasil, velho demais nas possibilidades de entender o presente, não aceita a filosofia indiana, por exemplo, como filosofia. Pois oras, justamente aí há um peso das práticas corporais, do pranayama, dos asanas, esta volta ao nosso corpo. 

Pois, bem, hoje me lembro de memórias do plano astral de caminhar sob uma chuva deliciosa, branca e reluzente,  é chuva de verão, e  eu estou no interior, onde a água que cai consegue ter a pureza necessária. Caminho até um galpão aberto, até algumas mulheres que cuidavam de crianças, elas me questionam sobre a vida, eu respondo, levemente, 'acabei de me formar'.